segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Fantasia mútua

love that!
Ando, à alguns dias, a tentar perceber o porquê de teres entrado na minha vida. Eu acredito que tudo acontece por um motivo, nem que seja só para aprendermos a cair e a pôr-nos de pé, sem sequelas, de preferência. Não existe tal coisa como as coincidências. Se as pessoas cruzam as nossas vidas, o poder que elas têm nós, mais cedo ou mais tarde, irá mostrar-se uma grande lição. Mas contigo... Contigo eu tento apenas formar ligações que me façam entender o porquê de um nós, que nunca existiu e quando estou mesmo a ficar convencida disso, tu apareces do nada. Apareces com as tuas conversas mal escritas, num tom de voz distorcido e monocórdico, a tentar saber o que eu quero. Sim, o que eu quero, porque tu nunca dizes realmente aquilo que queres. Gostas de ter o poder de decidir e deixar-me desamparada no teu diálogo manhoso de palavras finas. Não é justo e é totalmente descabido. Por saber tão bem como os "meninos bonitos" como tu são, afastei-me. Não te dirigi mais nenhuma palavra, a não ser para me devolveres o que é meu (afinal de contas é a única coisa que temos em comum de momento). É um objecto insignificante mas que, para todos os efeitos, é meu. Não quero que tenhas alguma coisa minha. É como estares a obrigar-me a ter que te contactar, é como um entrave para seguir a minha vida e esquecer que algum dia me quis entregar a ti, de alma e coração. Mas tu não. Tu continuas, surrateiro e de longe a longe, a fazer-me perguntas para obter as respostas que tanto desejas. No fim, acabas por exibir a tua vida maravilhosa (duvido que o seja) e deixar-me sozinha (como se realmente o conseguisses fazer).

Apesar de tudo, não sei realmente como é que isto vai correr nos próximos dias, semanas ou meses, mas de uma coisa tenho a certeza, serás sempre uma fantasia. Seremos sempre uma fantasia um do outro, de alguém que queremos ter, transpirando desejo e ausência de pudores na nossa pele, e que nunca mais podemos ter, porque nos fazemos mal. Somos o fruto proibido. Somos o segredo que nos corrói e que sempre assim irá permanecer... Um segredo amaldiçoado pelo destino das nossas vidas. Um segredo que não se cruzará por muito perto que estejamos.

Sem comentários:

Enviar um comentário